Dom Pedro II – O marco inicial da Egiptomania no Brasil


Existem muitos Egiptomaníacos pelo Brasil, não é de hoje que a Terra dos Faraós atrai um incontável número de pessoas, tanto pela cultura fascinante e seus mistérios, como por todos os monumentos que resistem à passagem do tempo. O que muitos talvez não saibam é que já nos tempos do Brasil Império, uma figura muito importante deu início ao que hoje conhecemos como Egiptomania. Dom Pedro II, nada menos que o imperador, fez a sua primeira viagem ao Egito em 1871 e uma segunda em 1876, acabando por deixar também como patrimônio, correspondências, fotografias e dois diários de viagens. Amante das letras, nesses diários, registrava tudo de forma detalhada e perspicaz, descrevendo através de sua visão, tanto um Egito moderno, quanto um antigo.

O imperador e sua comitiva em Gizé - 1872
Dom Pedro II também conseguiu enxergar semelhanças entre o Brasil e o Egito, muito além do clima, que eram problemas socioculturais e econômicos – e tais problemas acabavam por gerar ainda mais descontentamento ao povo, que criticava suas viagens e seu desinteresse pelos assuntos do governo.
Estudioso dedicado, o imperador tinha paixão por interpretar hieróglifos e sabe-se que utilizava para auxilia-lo, a gramática hieroglífica do egiptólogo alemão Émile Charles Brugsch, com quem trocava correspondências. Sentia-se seguro para falar a respeito do avanço de outros egiptólogos na interpretação de hieróglifos, como também tecer elogios e descrições da arte egípcia, sobre a qual dizia sentir-se maravilhado diante do grau de perfeição. É inegável que ele realmente era um profundo conhecedor da história daquela civilização, tanto que fazia comentários sobre os costumes, vida cotidiana, deuses e a mitologia da criação.

 Um dos diários do acervo do Museu Imperial de Petrópolis, com uma folha coletada em viagem, mostra todo o cuidado que Dom Pedro II tinha com seus registros.
Um dos diários do acervo do Museu Imperial de Petrópolis, com uma folha coletada em viagem, mostra todo o cuidado que Dom Pedro II tinha com seus registros.
Viagem ao Egito - 1876

Dom Pedro II, classificava as antiguidades egípcias como um tesouro de inestimável riqueza e nessas viagens, comprou e acabou ganhando várias peças de presente. A sua peça favorita era a múmia de Sha-Amun-em-su, que estava lacrada em um belo sarcófago e ficou em seu gabinete, permanecendo até 1889. Atualmente a múmia encontra-se na coleção do Museu Nacional e continua lacrada!
O fascínio de Dom Pedro II muito provavelmente veio de casa, pois seu pai, Dom Pedro I, adquiriu em um leilão no ano de 1826, uma coleção de peças escavadas no Templo de Karnak pelo famoso explorador italiano Giovanni Battista Belzoni. E claro, o filho continuou colecionando, contribuindo para que o acervo acabasse se tornando o maior da América Latina que encontra-se no Museu Nacional – RJ. Posteriormente, a coleção egípcia ganhou outros objetos, chegando a cerca de 700. Abaixo, um link do site do Museu Nacional, mostrando algumas das peças mais importantes.
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